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ETH: potencial para ser o Dinheiro Ultrassônico
Com as mudanças no projeto, a ETH, criptomoeda nativa do Ethereum, está ficando cada vez mais próxima do status de Dinheiro Ultrassônico.
Mesmo saltando dos US$ 0,30 registrados em 2014 até os quase US$ 5.000 vistos no ciclo de alta em 2021, muitos analistas acreditam que a ETH ainda não está próxima do seu valor correto, tendo potencial para atingir os US$ 10 mil.
Outro ponto interessante é que muitos investidores de criptomoedas estão mudando a parte majoritária de seus portfólio de Bitcoin para Ethereum. Mesmo após as duras quedas vistas em 2022, os detentores de ETH seguem inabalados. O número de endereços guardando ETH há mais de um ano segue crescendo, mesmo com a volatilidade inerente das criptomoedas.
Dados referentes ao dia 8 de julho de 2021, tirados do documento Ethereum Ownership by Time Held Indicators
Sobre o Ethereum
Antes de entender a relevância e necessidade da ETH, precisamos conhecer o que é o protocolo Ethereum e como ele funciona.
Ethereum é uma blockchain pública de código aberto, com funções de contratos inteligentes e composta por milhares de validadores em todo o mundo. A ETH é a criptomoeda nativa do Ethereum, que se considera a ‘versão 2.0 do Bitcoin’.
Além disso, o protocolo fornece uma máquina virtual descentralizada, conhecida como "Ethereum Virtual Machine", por meio da qual são criados os contratos inteligentes. É necessário pagar em ETH para criar aplicações na blockchain. Assim como outras criptomoedas, é possível comprar e vender ETH em plataformas de negociação, como o TruBit.
Em termos de utilização de aplicações, o Ethereum é a blockchain mais movimentada e, quando comparado ao Bitcoin, a rede faz parte da categoria ‘Blockchain 2.0’. Isso significa que o Ethereum é uma blockchain criada para solucionar problemas de escalabilidade do Bitcoin, já que o protocolo criado por Satoshi Nakamoto é feito para ser uma criptomoeda.
Em suma, o Bitcoin é apenas uma ferramenta ou, no máximo, uma combinação de ferramentas multi-funcionais. Enquanto isso, o Ethereum atua como uma rede inteligente criada sobre blockchain, onde os usuários constroem as aplicações das quais necessitam. Esse cenário criou o meme do Ultrasound Money, ou “Dinheiro Ultrassônico” em tradução livre.
Vejamos algumas características que corroboram esse título do Ethereum.
1. Escassez
Em 5 de agosto de 2021, quando o Ethereum atingiu o bloco 1.2965.000, o hard fork intitulado London atualizou as regras referentes às taxas da rede. A Proposta de Melhoria do Ethereum 1559, ou EIP-1559, instituiu a queima de ETH ao enviar as transações.
EIP-1559 — Mudanças no preço do Gas
A EIP-1559 altera o mecanismo de taxas, chamadas de gas. Após a mudança trazida por essa proposta, as taxas de envio são compostas por uma taxa base e uma gorjeta aos mineradores, que viraram validadores após o The Merge. Além disso, o tamanho de bloco ganhou um limite flexível, sendo a taxa base ajustada automaticamente, de acordo com a taxa de utilização do espaço do bloco.
É importante ressaltar ainda que a taxa base é queimada após a transação, isto é, a ETH paga é tirada de circulação. Apenas a gorjeta do validador continua em circulação. Quando o Ethereum ainda se baseava no mecanismo de consenso por prova de trabalho, essa alteração gerou polêmica na comunidade, já que reduzia a rentabilidade dos mineradores.
No futuro, quase metade do suprimento de ETH pode ser tirado de circulação, tornando-se deflacionário. Embora não tenha muito impacto no curto prazo, a queima de ETH pode impactar o mercado a longo prazo.
2. Amigável ao Meio Ambiente
Em maio de 2021, durante a alta das criptomoedas, Elon Musk anunciou que não compraria mais Bitcoins, e também cortou a possibilidade de adquirir Tesla com BTC. De acordo com o bilionário, o Bitcoin consome muita energia, sendo necessário buscar criptomoedas que causem menos impacto ao meio ambiente.
The Merge
Com a atualização para o modelo de consenso por prova de participação, ocorrido no dia 15 de setembro, o Ethereum se tornou essa blockchain mais amigável. Vitalik Buterin, um dos cocriadores do Ethereum, defende que a mudança ajudou a reduzir 0,2% do impacto ambiental causado pelo protocolo.
3. Eficiência de Capital
As melhorias do Ethereum previstas para reduzir as taxas de gas atrairão mais transações de usuários. Consequentemente, a rede terá mais atividade, algo que tirará mais ETH em razão da EIP-1559. No fim das contas, tudo colabora para a escassez de ETH.
Melhoria para os projetos em DeFi
Atualmente, a maior parte dos projetos das finanças descentralizadas estão na blockchain Ethereum. Isso faz com que a maior parte dos depósitos desse setor, conhecido como valor total alocado (TVL, na sigla em inglês), estejam também no protocolo.
De forma simples, DeFi é o que torna a ETH um criptoativo muito importante dentro da economia digital.
1) DeFi sem ETH não é possível
Por ser a criptomoeda nativa do Ethereum, a ETH tem uma posição privilegiada dentro do mercado e do protocolo. Alguns detalhes importantes sobre a ETH são:
- É o único ativo digital do Ethereum que não foi emitido por um contrato inteligente, reduzindo seu risco;
- É uma criptomoeda nativa, não estando atrelada ao risco de outra moeda digital;
- Tem incentivos para a sua escassez, já que uma política monetária enxuta beneficia não só o Ethereum, mas também os protocolos DeFi desenvolvidos na rede.
A posição privilegiada da ETH como o colateral original em aplicativos DeFi aumentará a escassez de seu fornecimento, através da EIP-1559 que, como mencionado, tira o criptoativo de circulação gradualmente.
2) Todos os caminhos de DeFi chegam à ETH
Tokens do setor de DeFi, como UNI, AAVE e MKR, capturam valor do ecossistema Ethereum circundante. Cada protocolo recebe valores usando mecanismos diferentes. Contudo, no geral, o que é praticado é a cobrança de taxas sobre as atividades que ocorrem na rede.
Há três tipos principais de tokens sobre os quais as aplicações descentralizadas capturam valor:
- Outros tokens DeFi, como o Compound, que captura taxas de empréstimo em UNI;
- Stablecoins, como USDC, USDT e DAI;
- ETH, a criptomoeda nativa do Ethereum.
No fim das contas, tudo se resume a captar taxas em stablecoins e ETH. Sem ETH, as aplicações seriam forçadas a captar valor em outros tokens, gerando um risco de centralização.
3) As estradas do Ethereum apontam para ETH
Os protocolos DeFi precisam de um criptoativo confiável, que seja parte fundamental do protocolo. A ETH é mais resistente aos riscos de centralização, portanto, é um ativo digital favorável para captar valor.
Cada criptoativo tem seus próprios parâmetros de risco, como volatilidade, liquidez, riscos de centralização, dentre outros. Cada aplicação em DeFi que funciona com garantia estabelece parâmetros diferentes para cada ativo, de acordo com o que julgar mais seguro.
Nenhum criptoativo é otimizado para cada um dos parâmetros de risco, ou seja, cada um deles tem um ponto mais fraco. A ETH, porém, como criptomoeda nativa do Ethereum, tem uma posição privilegiada ao remover riscos de contraparte e contratos inteligentes. À medida que a estrutura DeFi cresce, ETH será o ativo que mantém o ecossistema inteiro.
Source: David Hoffman:ETH: The World's Most Capital Efficient Asset
4) Mais projetos adentrando o ecossistema Ethereum
A popularização de DeFi torna o ecossistema do Ethereum mais próspero. O problema, porém, é o aumento nas taxas de gas, que afasta usuários e faz com que eles busquem outras redes. Isso deu margem para o crescimento de outros ecossistemas descentralizados, como BSC, Solana e Avalanche.
De qualquer forma, o Ethereum se mantém como uma das blockchains públicas mais seguras, sendo sempre possível encontrar novos casos de uso graças às inovações feitas em DeFi dentro do protocolo. E a tendência é que isso seja potencializado por meio de sharding e rollups.
5) DeFi caminha em direção à eficiência de capital
E normal que protocolos DeFi que encontram sucesso o fazem por encontrar formas eficientes de lidar com o capital. A cada atualização em um protocolo DeFi, há um esforço cada vez maior para torná-lo mais efetivo, buscando sempre a eficiência do capital.
Nesse cenário, a ETH é o criptoativo que mais recebe atenção nessa competição. Quanto mais eficiente o ecossistema DeFi do Ethereum se torna, mais a ETH se torna eficiente. Ether se torna um ativo mais eficiente.
Conclusão
A definição do que é uma classe de ativo foi abordada em artigo publicado em 1997 por Robert Greer, chamado “What is an Asset Class, Anyway?”. No artigo, Greer apresenta três superclasses de ativos, que incluem
- Ativos financeiro: os ativos financeiros são produtivos e geram valor ou fluxo de caixa. Os exemplos incluem ações, títulos ou bens imóveis alugáveis;
- Ativos consumíveis: os ativos consumíveis podem ser consumidos uma vez e transferidos para outro ativo, e seu consumo gera benefícios econômicos, como energia ou mercadorias;
- Ativos para reserva de valor: os ativos de reserva de valor são escassos e não podem ser consumidos, mas só podem ser transferidos. Seu valor dura com o tempo e o espaço. Os exemplos incluem ouro, moeda, arte, ou Bitcoin.
Após o Merge, que tornou o Ethereum em uma blockchain baseada no consenso por prova de participação, o protocolo adquiriu as características de:
- Reserva de valor: ETH é bloqueada como garantia para as transações em DeFi. Por exemplo, é possível usar ETH para obter empréstimos ou fornecer liquidez às exchanges descentralizadas, conhecidas como DEX. Atualmente, quase 31,87 milhões de ETH estão trancadas em DeFi;
- Ativos consumíveis: após o processamento de EIP-1559, a taxa de gas será como a gasolina em um carro. Sempre que algo acontece no Ethereum, as taxas de gas precisam ser queimadas, assim reduzindo o fornecimento geral;
- Ativos financeiros: ETH atua como um ativo financeiro de diversas maneiras. Possuir ETH representa uma parte da rede Ethereum, assim como possuir o patrimônio líquido de uma empresa. Uma vez comprometida, ETH dá ao seu detentor o direito de trabalhar para a rede através da função de validador, recebendo taxas geradas pela rede.
Source: David Hoffman:ETH: The World's Most Capital Efficient Asset
Referência
- David Hoffman: ETH: The World's Most Capital Efficient Asset
- David Hoffman: Ether: A New Model for Money
- Sergio Goschenko: The Future of Ethereum in a Meme: Ultra Sound Money
- IntoTheBlock: Ethereum On-Chain Activity Heats Up Ahead of Major Upgrade
- Este artigo foi organizado e editado por TruBit, por favor indique a fonte para a reimpressão.